terça-feira, 16 de março de 2010

Esquecido....

NADA

Sou um rosto esquecido

Sou quase nada

Pequeno como grão de areia

Como a sombra que o entardecer leva

Sou folha seca no chão

Insignificante como pó à beira do caminho

E nada como o rasto de navio

Sou esquecido como o ontem

E nada como o vazio do vento

Sou a gota seca do oceano

E a estrela que se apagou

Não sou poeta

Procuro migalhas de palavras

Palavras rasgadas ou sangradas na escrita

Sou o viajante anónimo

Da memória sem lembranças

Dos caminhos sem passos

Do coração cansado...

Sou quem sabe um talvez

Que insiste em nascer

Para um dia ser

Mais que um simples nada

Mas um pouco do tudo...

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